Primeiro, é importante sabermos o que é a próstata:
Próstata é uma glândula que se localiza logo abaixo da bexiga, abraçando a uretra (canal da urina) nos homens. Essa glândula, tem a função de produzir um líquido, chamado líquido prostático. Este líquido faz parte do esperma, e tem a função de nutrir os espermatozóides e também tornar o sêmem mais líquido.
Quando observamos a anatomia da próstata, vemos que a sua porção externa está em íntimo contato com os nervos que são responsáveis pela ereção.
Dessa forma, nos casos em que temos que retirar a próstata, como nos pacientes que têm câncer de próstata, esses nervos são manipulados. São tão sensíveis que muitas vezes se lesionam só com a manipulação cirúrgica, que chamamos de dissecção. Outras vezes, percebemos que o tumor não está mais só na próstata e já está envolvendo os nervos da ereção. Nesses casos, temos que “sacrificar” os nervos para aumentar a chance da cirurgia retirar todo o tumor da próstata.
Sempre que manipulamos a porção externa da próstata, existe a chance do paciente desenvolver disfunção erétil. A propósito, já se perguntaram, o que é a disfunção erétil? Disfunção erétil é a incapacidade de ter ou manter a ereção peniana suficiente para ter uma relação sexual satisfatória.
É por isso que as medicações para a próstata não têm a capacidade de lesar o nervo da ereção, pois isso requer uma ação direta como ocorre na cirurgia para o controle do câncer de próstata, a chamada Prostatectomia Radical. Algumas medicações usadas no tratamento de alterações da próstata podem reduzir libido, que é a vontade de manter relações sexuais, mas não alteram a capacidade de ereção de maneira direta.
Percebam que até aqui, não falamos das cirurgias para correção da hiperplasia prostática benigna (HPB) e sua correlação com impotência sexual. Isso porque para tratar a hiperplasia prostática benigna, o cirurgião só trabalha na parte interna da próstata, de modo que os nevos (que passam na parte externa da próstata), não são manipulados. Dessa forma, nos procedimentos para tratar HPB, não vemos a disfunção erétil como uma complicação da cirurgia. Quando um paciente desenvolve disfunção erétil após uma cirurgia para tratar o aumento da próstata benigno, o urologista tende a pensar em outra causa para a impotência sexual (como redução em níveis hormonais, por exemplo).